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Porque filhote de cachorro come fezes: Entenda os motivos

Filhotinho olha para câmera

A presença de um cãozinho sempre anima uma casa, afinal, eles são companheiros para todas as horas. Porém, quando o pet começa a comer fezes desde pequeno, isso pode mudar tudo. Se isso está acontecendo em sua casa, descubra aqui porque filhote de cachorro come fezes.

Em suma, esse hábito tem razões diversas e pode ser corrigido para que não afete a saúde e a qualidade de vida do filhotinho.

Para isso, é preciso dar atenção a este problema do seu amigo de quatro patas, antes que evolua para algo mais sério. Aqui você entenderá os motivos e como resolver este problema.

Índice

Por que cachorro come fezes

O ato de comer fezes é conhecido como coprofagia. Seja um cão filhote ou adulto, a coprofagia canina é um distúrbio de comportamento que pode ser classificado como um apetite depravado.

Então, se você pegou seu filhote comendo cocô saiba que existem vários motivos que podem fazer os cachorros ingerir as próprias fezes ou as de outros bichos, inclusive dos irmãozinhos de ninhada.

Fato é que algumas raças podem apresentar uma predileção natural pelo comportamento coprófago. São exemplos as raças: Shih Tzu, Lhasa Apso, Labrador e Golden Retriever. Porém, não se sabe ao certo se isso é genético ou só uma coincidência.

O que se pode afirmar é que o hábito do cachorro comer fezes tem 3 causas que estão associadas: causas clínicas e nutricionais, emocionais e comportamentais. Compreender cada uma delas ajudará na busca da melhor solução para esta situação.

Motivos comportamentais

Filhotinho de Border Collie morde uma bacia

A coprofagia canina é um distúrbio comportamental que tem origem multifatorial, isto é, há várias causas para este problema. Todavia, a grande maioria dos casos de filhotes que desenvolvem comportamentos coprófagos são em razão de causas comportamentais.

De forma geral, os filhotes de cães descobrem muitas coisas acerca do mundo nos primeiros 4 meses de vida. Este é um período de desenvolvimento neurossensível – em que eles estão aprendendo muito, como se fossem “esponjas” e sugassem todas as informações do ambiente.

Por conta disso, algumas ações adotadas pela família, como dar broncas ou tentar impedir que o pet pegue o cocô e o coma, geram problemas. Afinal, o cachorro pode entender que deve esconder os dejetos para não tomar bronca ou que deve ser mais rápido no próximo momento que evacuar, pois se não “perde” o cocô.

Ansiedade

Filhotinho dormindo sobre seu brinquedo

A ansiedade é um estado emocional que visa antecipar algum perigo iminente. Essa percepção emocional é subjetiva, ou seja, é do indivíduo e de como este se relaciona com o mundo ao seu redor.

Quando há muita ansiedade, o cãozinho pode associar esta percepção emocional a várias situações ambientais, como por exemplo: a presença do tutor no espaço de treino, à claridade do dia ou a escuridão da noite, o momento de alimentação, entre outras.

Todas estas situações levam o pet a ficar ansioso e mais suscetível a ingerir cocô.

Por isso, controlar a ansiedade é muito importante. Isso pode ser conseguido com:

  • Eliminação das brigas e broncas;

  • Estabelecimento de uma rotina previsível com horários para a oferta de ração e atividades;

  • Oferta de brinquedos funcionais como dispensadores de alimento e recheáveis com comida, ossos recreativos e mordedores, entre outros.

Medo de levar bronca

Filhotes de cães são muito sensíveis emocionalmente e o medo pode trazer desajustes tanto comportamentais quanto emocionais.

Quando este cachorrinho toma muitas broncas, estas ações por parte dos donos acabam levando a uma resposta emocional de medo. Isso acaba sendo relacionado com vários estímulos presentes no local onde as broncas são dadas, fazendo com que o filhote tenha um medo generalizado.

Nesse sentido, o pet pode ter medo do dono, medo do ambiente em que ele passa a maior parte do tempo, medo da cozinha ou da sala, e vários outros estímulos.

Evitar broncas, sabendo que isso gera mais problemas, ajuda o cachorro a voltar a um estado emocional mais equilibrado. Além disso, não fazer nada, ficar quieto e simplesmente se organizar para na próxima oportunidade agir corretamente no manejo da coprofagia é o ideal.

Isso porque, do contrário, o cão pode vir a sofrer com medo crônico e generalizado, além de coprofagia canina.

Motivos fisiológicos

Médica veterinária cuida de um cachorrinho

As alterações nos sistemas fisiológicos (endócrino, imunológico e neurológico) dos animais podem surgir, assim como em nós, seres humanos, em função de desequilíbrios na alimentação, na saúde de maneira geral e quando contaminado com alguma doença.

Ademais, o estresse crônico também pode ser colocado na lista de motivos fisiológicos para o aparecimento da coprofagia canina, pois o cortisol (hormônio do estresse) em grandes quantidades no organismo também desestrutura os sistemas fisiológicos.

Em síntese, o médico veterinário pode ajudar a identificar e trata as causas que fazem o cachorro comer fezes quando estas estão relacionadas a problemas clínicos.

Falta de nutrientes

A alimentação do filhote que sofre com coprofagia canina deve ser bem regrada, e isto inclui ofertar uma ração balanceada e nutritiva.

Tenha atenção com rações econômicas e classificadas como Standard pois são alimentos menos nutritivos e que contêm menores concentrações de proteína, fibras e minerais, tão necessários para a saúde dos cachorros.

Além de serem menos nutritivas, estas rações também têm uma digestibilidade menor. Desta forma, o cãozinho precisa comer uma quantia maior para se sentir saciado e o organismo retém menos nutrientes.

Estes nutrientes não retidos podem ser dispensados nas fezes, tornando-as atrativas para o filhote, fazendo com que o pet coma cocô.

Portanto, efetuar a troca de ração faz parte das ações que devem ser adotadas para a resolução da coprofagia canina.

Vermes

Os vermes são considerados uma zoonose, assim sendo, podem ser transmitidos do animal para o ser humano ocasionando doenças.

Dependendo do tipo de verme (redondo ou chato) a forma de contaminação muda. No caso de vermes redondos, o cãozinho pode se contaminar pela ingestão de fezes infectadas ou pela mãe através da amamentação.

Agora, no caso de vermes chatos, estes geralmente infectam o filhote que está com pulgas (hospedeiro secundário) e que, ao se coçar com a boca, ingere a pulga infectada.

Os pets que apresenta esse problema de saúde devem ser tratados por médico veterinário.

Por que alguns filhotes comem cocô e outros não?

Filhotinhos presos em uma cerca

Isso depende de uma série de questões. Há raças com maior predisposição a coprofagia canina e pode haver uma incidência maior deste comportamento nos filhotes.

Com isso, fatores como: manejo maternal e da saúde da fêmea gestante que podem influenciar o filhote, além de o ambiente onde os filhotes nascem, se é um abrigo, um canil comercial ou uma residência, também podem ter um peso no desenvolvimento do ato de comer as fezes.

Perfis temperamentais dos filhotes, brincadeiras entre os irmãos de ninhada, e até mesmo atitudes curiosas e exploratórias podem levar os cães a desenvolverem coprofagia.

Aliás, vale lembrar que a incidência do problema também não fica restrita ao porte do animal. Em outras palavras, significa que tanto cães de porte grande quanto pequenos podem vir a ingerir cocô.

Coprofagia tem a ver com as raças?

Cãozinho da raça Maltês

Não há nenhuma comprovação científica que demonstre uma raça como sendo naturalmente coprófaga. O que se pode notar de forma empírica é a incidência maior da coprofagia canina em algumas delas.

Nesse sentido, Shih Tzu, Lhasa Apso, Labrador, Golden Retriever, Maltês, Yorkshire, Spitz Alemão (Lulu da Pomerânia), Samoieda, Pastor Alemão, Pastor de Shetland e Border Collie são algumas raças com mais tendência a sofrer com a coprofagia canina.

Porém, isso não significa que outras raças não tenham exemplares com coprofagia, inclusive filhotes de cães sem raça definida (vira-latas) também podem desenvolver o problema. Desta forma, ficar preso ao fator racial e acreditar que a coprofagia “é da raça” é um equívoco e pode ser perigoso para o filhote.

Faz mal o filhote comer fezes?

Cachorrinho da raça Yorkshire faz as necessidades

Se você viu seu cachorro comendo fezes saiba que SIM, faz mal.

Esse tipo de comportamento faz mal ao filhote, visto que o cão está numa fase de desenvolvimento. Seja o desenvolvimento físico, que necessita de boa alimentação e nutrientes para crescer saudável, seja o desenvolvimento psicológico e social que necessita de contato com o ser humano e com outros animais, para ser um cão adulto amigável e bem socializado.

A recorrência do ato de comer cocô mostra que algo não está normal com esse animal. Nesse sentido, pode ser que sua saúde esteja debilitada, que emocionalmente este cãozinho esteja ansioso e frustrado e, tudo isso, em conjunto, faz o cachorro comer suas fezes.

O que fazer para o filhote de cachorro parar de comer fezes?

Cachorrinho corre em um gramado.

O primeiro passo é compreender que a coprofagia canina é um distúrbio que tem várias origens, pode ser clínica, nutricional, emocional e comportamental, e que a solução de apenas uma dessas origens não irá resolver o problema.

Já o segundo passo está em atacar todas as origens ao mesmo tempo, para conseguir solucionar de uma vez por todas a coprofagia.

E o terceiro passo desta solução, é a educação canina amigável e baseada em incentivos emocionais e recompensas, pois será com essas técnicas modernas de adestramento e de manejo comportamental adequado que o filhote irá compreender que precisa se afastar do cocô assim que faz e ignorá-lo, mesmo que seu dono não esteja em casa para limpar os dejetos.

Conclusão

Não tem como fazer o filhote parar de comer fezes sem cuidar de tudo que envolve o comportamento coprófago. Nesse sentido, é preciso seguir as recomendações do veterinário, tendo assim um ponto de vista profissional sobre como resolver caso haja alguma doença.

Mas, você precisa cuidar, fundamentalmente, das questões comportamentais que levam seu amigo canino à atividade da coprofagia. O que você pode fazer é estimular o pet a ignorar as fezes por meio de adestramento. Ademais, ensiná-lo a se entreter com brinquedos e dispensadores de comida também colaboram para que ele não manifeste o problema.

Para ter acesso a um passo a passo, que vai te mostrar detalhadamente tudo que você precisa fazer para resolver a coprofagia, conheça o Método COMER COCÔ NUNCA MAIS. Ao aplicar as técnicas que ensino você vai conseguir com que seu cão pare de UMA VEZ POR TODAS de comer cocô. Clique no botão abaixo:

Perguntas frequentes

Não! Nenhuma causa, seja comportamental ou veterinária deve ser encarada como normal para que o cachorrinho coma fezes. Portanto, se isso ocorre com o seu pet, invista em um tratamento eficaz e ágil para corrigir a questão antes que ela prejudique a saúde do bichinho e a sua relação com ele.

Quando o cachorro come fezes ele fica com mau hálito, odor forte e sujeira ao redor do focinho. No entanto, quando essas fezes estão infestadas por parasitas, o pet coprófago é contaminado também, o que acarreta mais problemas de saúde para ele.

Os cães comem fezes por uma série de razões. Nesse sentido, podemos citar fatores clínicos como endoparasitas e mal funcionamento do sistema digestivo (tratadas pelo veterinário), e causas emocionais e comportamentais.

Para as duas últimas, medo, tédio, estresse e ansiedade podem levar o cão a comer cocô e, neste caso, a melhor opção é fazer o adestramento positivo para que o mesmo se afaste dos dejetos.

Rafael Wisneski

Rafael Wisneski

Especialista em Comportamento Canino e Educação Canina há mais de 15 anos, professor universitário de cursos de Medicina Veterinária, e idealizador de cursos online para tutores e cursos para adestradores

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