Você adotou um cachorrinho e agora ele está comendo fezes? Por algum motivo, seu cão adulto começou a comer cocô? Se você está diante deste problema, descubra o que é coprofagia canina e como resolvê-la.
Em síntese, um animal de estimação pode comer as próprias fezes por conta de uma série de questões. Mas, antes que você pense que este hábito não tem solução, que seu bichinho está fazendo algo muito errado ou xingue o animal sempre que houver um episódio, calma!
Se você está cansada de ver seu cachorro com o focinho cheio de fezes ou com mau-hálito, saiba que esta condição pode ser tratada e é isso que você pode conferir a partir de agora.
Índice
O que significa o termo coprofagia canina?
A coprofagia canina é uma patologia em que o pet adquire o hábito de comer as próprias fezes ou a de outros animais.
Este hábito pode se desenvolver em várias fases da vida do pet e ter causas diferentes. Nesse sentido, o cachorro pode começar a comer fezes por conta de questões comportamentais, instintivas, clínicas, entre outras.
Razões para o cão desenvolver coprofagia
Há diversas razões que levam o animal de estimação a comer seus dejetos. Assim sendo, como dono de um cachorro que come fezes, você deve observa-lo e procurar um veterinário sempre que necessário.
Ademais, vale ficar de olho em alguns detalhes quando os cães comem cocô. A seguir, veja alguns motivos pelos quais seu pet procura fezes para comer:
Cão vê as fezes como recurso alimentar
O canis lupus familiaris (nome científico do cão doméstico) surgiu como uma espécie depois que uma raça pré-histórica de lobos foi domesticada.
De acordo com dados históricos, esta domesticação começou há mais de 15.000 anos, no momento em que os seres humanos deixaram de ser caçadores-coletores e começaram a se organizar em aldeias e grupos (a partir do surgimento da agricultura).
Por meio desta linha de pesquisa, aceita por antropólogos e arqueólogos, houve uma aproximação entre lobos e homens. Isso se deveu, principalmente, em razão de recursos alimentares, restos de comida, carcaças de animais e dejetos (em especial, as fezes).
Concluindo este raciocínio, um cão coprófago pode enxergar as fezes como um recurso alimentar. Ou seja, em sua cabeça, não é errado comer cocô.
Mamãe come as fezes para limpar o ambiente dos filhotes
Outra razão para o desenvolvimento da coprofagia canina está no instinto materno em fêmeas que acabaram de dar à luz a prole e querem proteger seus filhotes.
Neste caso, a cadela estimula seus filhotes (neonatos) a evacuarem por meio de lambidas no abdômen. Depois que os filhotes evacuam, ela limpa o ninho ingerindo as fezes de seus filhotes.
Em suma, este ato é visto como normal dentro do contexto maternal e se explica pelo desejo da mãe de proteger a prole. Isso porque, ela acredita que um ninho limpo e livre do odor das fezes pode afastar predadores e, assim proteger os filhotes.
Filhote come por curiosidade
Os filhotes costumam ser muito ativos e bagunceiros. Ainda dentro da ninhada, uma série de aprendizados são essenciais para o desenvolvimento psicológico e temperamental deles. Ao longo da vida, essas vivências vão influenciar o comportamento do pet.
Além disso, similar ao que ocorre com bebês humanos, os filhotes são curiosos, o que é normal e aceitável. Nesse caso, podem levar à boca e comer tudo o que veem, desde objetos até fezes.
No entanto, esta fase de experimentação precisa ser transitória e, mesmo quando ainda são pequenos, você pode corrigir o comportamento do animal por meio de adestramento positivo.
Ademais, algumas disputas dentro da ninhada podem envolver os dejetos. Desde brincadeiras até curiosidade, o doguinho pode disputar, repetir comportamentos e pegar os dejetos (o seu ou dos outros) para si, estabelecendo relações com seus irmãos.
Cachorro que faz cocô no lugar errado e come para não levar bronca
Ninguém chega em uma nova casa já conhecendo todas as regras e relações estabelecidas ali. Depois que ocorre a adoção, seja do cão filhote seja do adulto, ele precisa de um tempo para se adaptar à nova rotina familiar.
Nesse sentido, o papel do dono é ensinar o local correto de fazer xixi e cocô. Mas, a família não pode esperar que o pet aprenda sozinho. O animal acaba se aliviando em locais inapropriados e, ao tentar corrigir a falha, os tutores brigam, gritam e punem o bichinho, acreditando que isso é correto. No entanto, não é!
Afinal, o cachorrinho pode associar a bronca ao fato de ter dejetos no ambiente e não por ter feito as necessidades do local errado. Desse modo, o cachorro come as próprias fezes numa tentativa de “retirar da cena do crime a prova do seu erro” e, assim, evitar brigas.
Ração ruim pode fazer o cão precisar se “alimentar novamente”
Uma coisa que nem sempre recebe a devida atenção é a marca e qualidade da ração do pet. Com isso, o tutor escolhe uma ração de baixa qualidade, do tipo econômica ou standard que não contém todos os nutrientes para garantir a boa alimentação e saciedade do cachorro.
O baixo nível proteico e a fonte insuficiente de fibras e minerais prejudicam a absorção dos nutrientes pelo organismo do cão que come fezes.
A partir disso, observa-se que a quantia de alimento nas refeições é maior, no entanto, a retenção de nutrientes é menor. Dessa forma, o bolo fecal aumenta, o animal faz mais cocô e, se não estiver saciado, pode comer as próprias fezes.
Esse ato gera um ciclo vicioso, que se não for tratado corretamente, pode aumentar as chances do cachorro permanecer coprófago.
Problemas de saúde podem fazer o cão precisar se “alimentar novamente”
A disfunção em cães também pode estar associada à de saúde dele e o levam a comer cocô para se “alimentar novamente”.
Em geral, essa questão precisa ser analisada de forma multidimensional, isto é, considerando todas as complicações para o animal. Assim sendo, as partes clínica, nutricional, emocional e comportamental precisam entrar na equação.
Por motivos de saúde o funcionamento de órgãos digestivos podem ficar comprometidos e serem o início do problema. Caso não seja solucionado, ele pode evoluir para uma doença crônica, que piora o quadro.
A partir disso, o cão que está com o sistema digestivo afetado e desregulado, não sente saciedade ao comer e busca outras formas de completar a alimentação. Ou seja, o cachorro come as próprias fezes porque ainda sente fome.
O que fazer para resolver a coprofagia canina
Antes de mais nada, você precisa entender que a coprofagia canina tem cura. Contudo, para isso, você precisa procurar pelos motivos clínicos e comportamentais que podem levar ao ato.
Para isso, deve-se identificar causas relacionadas a presença de vermes e à má digestão com a ajuda de um veterinário. Ademais, procure por fatores de comportamento como ansiedade, tédio, carência, entre outros.
Para que a coprofagia deixe de ser uma questão, você precisa tratar todas as possíveis causas que levam seu amigo canino a comer fezes.
Tratamentos clínicos
A coprofagia tem origem multifatorial, desse modo, doenças que atingem o trato gastrointestinal podem ocasionar este hábito em cães. Doenças inflamatórias, distúrbios gástricos e intestinais, insuficiência renal, problemas na flora intestinal e outras enfermidades endócrinas também entram na lista de possíveis diagnósticos para a patologia.
Fezes moles, que contenham gordura ou tenham aumentado em quantidade e volume, podem indicar má absorção ou má digestão dos ingredientes da dieta do cão. Esta condição pode levar o animal ter fome e comer fezes para compensar.
Além disso, o veterinário precisa avaliar a questão das verminoses, doenças causadas por vermes (redondos ou achatados) que acometem o trato intestinal. Os vermes redondos são provenientes da ingestão de fezes já contaminadas ou tem origem na própria mãe. Já os achatados são ocasionados pela ingestão de pulgas quando o animal se coça usando a boca.
Outro endoparasita que pode causar coprofagia é a giárdia, um protozoário que causa inflamações no trato digestivo. Por ser bem resistente, o tratamento da giardíase precisa ser feito corretamente e o cuidado para que o cão não coma suas fezes contaminadas deve ser redobrado para evitar reinfecção.
Aliado a isso, você precisa ofertar rações de boa qualidade, que contenham todos os nutrientes da dieta canina e na quantidade ideal para o bichinho. Nessa questão o médico veterinário pode lhe ajudar a escolher a opção ideal.
Tratamentos comportamentais
Para além da parte clínica, que fica a cargo de um médico veterinário, você precisa investigar e investir no tratamento comportamental para o problema. Desse modo, a causa para a coprofagia pode estar relacionada a uma série de questões como o isolamento, solidão, estresse e ansiedade, por exemplo.
Nesse sentido, você pode investir em duas formas básicas de tratamento comportamental:
Enriquecimento ambiental anti stress e tédio
Enriquecimento ambiental nada mais é do que algumas adaptações no local e na rotina dos bichinhos que vivem cativos, ou seja, longe do habitat natural. Esta medida vale, especialmente para casos de cães em lugares muito urbanizados, em que você precisa criar espaços de lazer dentro de casa.
Além disso, pode fazer uso de brinquedos dispensadores de comida para que ele tenha que fazer algum esforço na busca por alimento ou uma atividade física. Isso é importante pois faz com que o animal possa manifestar suas habilidades naturais e não tenha a saúde física e mental afetada pelo ambiente doméstico.
Por conta disso, a não expressão desses comportamentos naturais pode levar a estados emocionais de tédio e ao estresse crônico. Algo que pode afetar a saúde física e mental do cãozinho, inclusive levando a problemas comportamentais entre estes a coprofagia canina.
Treinar o cão para ignorar os dejetos logo depois que evacua
Em suma, o treinamento exige duas coisas: o que treinar e como treinar. Desse modo, para evitar que o cachorro faça ingestão de fezes, você precisa usar situações reais, no momento e lugar em que elas acontecem.
Isto é, o treino de ignorar logo depois que o cão faz o cocô deve acontecer no ato da evacuação (situação real) porque não há como replicar este cenário e repetir esta ação várias vezes seguidas.
O treino para que ele se afaste das fezes precisa ser replicado várias vezes até que entenda qual atitude deve tomar.
Conclusão
Os cães e outros animais podem desenvolver o comportamento coprófago em diferentes circunstâncias. Como foi dito, as causas merecem atenção e podem estar relacionadas ao instinto, curiosidade ou mesmo uma situação de enfermidade.
Para resolver a questão, o tutor precisa comprar uma ração super premium de maior qualidade e solucionar casos comportamentais.
Além disso, a cura do problema passa por treinamento e cuidados diários. Portanto, se você procura por uma solução definitiva para a coprofagia, vale a pena investir num curso que lhe mostre as melhores técnicas.
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Perguntas frequentes
O que pode causar coprofagia em cães?
A coprofagia pode ter origem em causas clínicas, nutricionais, comportamentais e emocionais. Trata-se de um problema multifatorial que envolve ida ao veterinário, atenção com a ração, treino para controle emocional, entre outras medidas.
Como evitar a coprofagia em cães?
A situação em que os cães comem fezes pode ser evitada com treinamento para que o bichinho se afaste do cocô logo após o ato, escolha do produto certo para alimentação, atenção e uma rotina regrada de alimentação e horários para evacuação.
Quais raças podem ter o hábito de comer fezes?
Todas as raças podem começar a comer fezes. No entanto, algumas raças são conhecidas por fazer isso de forma mais frequente, como é o caso, por exemplo, de Shih Tzu, Lhasa Apso, Golden Retriever, Labrador, Maltês, Spitz Alemão (Lulu da Pomerânia), etc.